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sábado, abril 29, 2006

Manual do Céptico


Acredito.
Acredito que não acredito
Senão na evidência
E tudo o que me aprouver
Nada mais é que ciência

E tubos, e ensaios, os meus desmaios
Nos livros, nas teses, nos doutoramentos
E para uma só coisa não encontro equação:
Para os meus lamentos

E choro uma tanta porção de lágrimas
Se me vejo feliz, calculo, se triste, deambulo
E para estas variações: gráficos e percentis
Pois sem totais, nem medição, não me regulo

E sabendo, eu que sou céptico,
(E falando de lábios, olhos, rostos)
Que a certeza é mais do que hipótese
(Insulto a lógica que me apaixona)
Na certeza que procuro lá fora
(É que nesta idade sem Razão)
Tenho-me a mim como se nada fosse:
(Nem o Amor impressiona)

quinta-feira, abril 06, 2006

Quem sou.

Diga-se, preciso de ti
Precisando de quem tu és
Mas quem és tu
Se não sei quem sou?
E, se sei de mim
Quero lá saber quem és!

Preciso de alguém que não sei quem sou
Ou sou quem sou e tu és ninguém

Já no momento em que te não tenho,
Diga-se, no momento em que tu és
Quem eu não sei quem sou,
És tu quem amo

Pois... sabendo de mim… já não mais te reclamo

O Amor é de duas partes
É teu, é meu,
É tão ambíguo como recíproco
E tão doce no altruísmo
Como no egoísmo

O Amor, para mim, és tu
Quando não sei quem sou
E quando me tenho na mão
Fui eu quem nunca amou

O Amor é desta carne
Amo-te, a ti, que não sei quem sou
No desejo que não nutro por mim
Amo-me, a mim, que sei quem sou

E esta é a luta que não conhece fim.