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quarta-feira, dezembro 01, 2004

…Qual a misteriosa receita da pergunta…

…Havia pouco tempo tinha-me recostado, exausto, no parapeito do meu ponto de vista, que não é muito alto nem de lá se vê muito, mas serve para me ver a mim. O que sou, o que não sou. Talvez tivesse adormecido, uma vez que estava cansado. Sonâmbulo de mim, ouvia-me a repetir, como se estivesse ao longe, frases de encher ouvido... O Tempo apareceu a dançar, e eu entregue ao meu tempo.
Ele, interrogativo e misterioso como sempre, cantarolava:
- Sou o Tempo que ocupa espaço
E o Espaço leva tempo a percorrer
Que segundos sou?
Em que tempo sou no tempo,
Sou o Tempo.
A pergunta era como um assalto, a resposta fora-me roubada pela força do Tempo, pela sua forma de cantar, pela forma amigável como se entrelaçava no meu corpo:
- A verdade é uma máscara! - Respondi, do parapeito do meu ponto de vista...

$BlogItemCommentCount$>Inventaram o Amor:

At 5:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

das frases mais bonitas que li "do parapeito do meu ponto de vista". Parabéns, de vez em quando venho ler os teus textos, os teus poemas, os teus "ensaios", para te recordar assim e me agarrar a esse Marco, aquele que me faz ter saudades.

 

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