Dos respeitos.
Façam de conta que nada se passou. Ela sabe das minhas preocupações, e por menos do que isto, já fez demolições ao Carmo e à Trindade. Com o jornal aberto escancarado na necrologia, o dia começa sempre bem. Entes queridos agradecem participações em eventos com cheiro a flores de quinze dias. A mim, fazem-me nostalgia os teus olhos castanhos e a minha mão a passear-te nas montanhas que libertam pele. A água anda doce aos desejos, e assim como quem não quer a coisa, a mesa está posta. Pão e vinho, fazem felicidades aos antigos. Da parede, desta parede a que todos dizem estar na mesma faz muito tempo, parecem sair fumos esbranquiçados de vinte anos com máscaras gregas de tragédia em relevo. Não me apatece sair hoje à noite. Não me quero importar com as perguntas que fazes. Não quero sequer pensar que ainda te amo.
Autor: Rui
$BlogItemCommentCount$>Inventaram o Amor:
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